No Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (InCor), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, testes com camundongos mostraram que a vacina imunizou de 80% a 100% dos animais. A vacina também funcionou em porcos.
Para que a expectativa se concretize no ano que vem, os cientistas precisam preparar a documentação a ser submetida à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e esperar a resposta do órgão.
Pesquisa
A vacina é fruto de uma pesquisa do Incor, realizada durante 20 anos, que custou cerca de R$ 10 milhões à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O medicamento precisa passar por pelo menos três fases de testes antes de chegar ao mercado, o que deve custar R$ 6 milhões nos próximos anos.
Os experimentos com voluntários vão mostrar com qual intensidade a vacina é capaz de induzir resposta no corpo humano e as reações que pode provocar.
O que é febre reumática?
A febre reumática é uma doença autoimune, inflamatória, que afeta as articulações e passa a destruir válvulas do coração.
Ela atinge principalmente crianças e adolescentes de países pobres e começa com uma infecção na garganta pela bactéria Streptococcus pyogenes.
Os problemas acontecem por que as células do sistema imune aprendem a combater a proteína M, presente na superfície da bactéria, mas a confundem com proteínas do coração e articulações.
Se a infecção não é tratada, entre 1% e 5% das crianças adquirem dores nas articulações. Dessas, entre 30% e 40% vão desenvolver problemas cardíacos.
Os principais sintomas são febre, edema (inchaço) e dores nas articulações, impossibilitando, muitas vezes, a criança de andar por causa da dor. Quando a doença atinge o coração, o paciente sente cansaço contínuo e falta de ar.
É importante que se faça uma análise cuidadosa de todos os sinais clínicos e exames, pois não existe teste ou sinal específico que facilite o diagnóstico. O tratamento da febre reumática é feito com o uso de antibióticos à base de penicilina.
Todo ano, 616 milhões são infectados pela bactéria e cerca de 15,6 milhões desenvolvem a doença, informa uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2005.
No mesmo ano, a doença matou 283 mil crianças e adolescentes. No Brasil, o Ministério da Saúde identificou 10 milhões de infecções e 15 mil novos casos de doença cardíaca por ano
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