quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Pesquisa enfoca osteoporose em homens

É sabido que a estrutura óssea feminina é alvo de maior desgaste quando a mulher passa dos 50 anos e entra na fase da menopausa. É por isso que a osteoporose, doença que fragiliza os ossos, geralmente é citada relativamente às mulheres. Entretanto, uma pesquisa multicêntrica realizada em vários países da Europa, nos Estados Unidos e também no Brasil enfocou os homens, mostrando que também podem ser alvo da doença, segundo reportagem veiculada pelo jornal O Dia.

O estudo, publicado no New England Journal of Medicine,  de que participou o Centro de Pesquisa e Análises Clínicas (CCBR), do Rio, mostrou que cerca de 40% das fraturas causadas pela osteoporose são nos pacientes do sexo masculino. Assim, a recomendação dos pesquisadores, é que os homens, a partir dos 65 anos, façam o exame de desintometria óssea para identificar precocemente o risco de desenvolver osteoporose.


BISFOSFANATO

A pesquisa mostrou ainda, segundo os resultados deste estudo, que o tratamento com bisfosfonato venoso (ácido zoledrônico), aumentou a massa óssea e preveniu fraturas, resultado demonstrado após análise de 1.199 homens entre 50 e 85 anos com osteoporose.

O coordenador da Comissão de Doenças Osteometabólicas e Osteoporose, da SBR e prof de reumatologia da UFPR,Sebastião Cezar Radominski, explica que outros bisfosfonatos orais já mostraram efeito semelhante, “porém pela primeira vez com um bisfosfonato Intravenoso (IV) que é usado apenas uma vez por ano”. Trata-se, segundo ele, do ácido zoledrônico (Aclasta), que já é aprovado e usado no Brasil para mulheres com osteoporose na pós-menopausa e também homens e mulheres que já tiveram fratura de quadril. “Este estudo mostra que o Aclasta  também é eficaz em redução da taxa de fraturas vertebrais em homens com osteoporose com mais de 50 anos com uma aplicação venosa ao ano por dois anos seguidos”, informa Radominski, ressaltando entretanto que o estudo não demonstrou ser eficaz para reduzir fraturas de quadril.

A ação do bisfosfonato venoso, diz o reumatologista, é a mesma dos demais bisfosfonatos, que é impedir  a reabsorção de cálcio (são todos antirreabsortivos), “porém pela característica da molécula, sua ação antirreabsortiva dura por um ano, enquanto nos orais a ação pode ser semanal ou mensal”.

Quanto à porcentagem de 40% de fraturas causadas pela osteoporose serem no grupo masculino, Radominski explica que se trata de uma projeção da OMS feita pelo Dr. Kanis, que é um expert em osteoporose. Ele ressalta, porém, que não é uma estatística exata.  “O que está comprovado a partir de vários estudos é que embora as fraturas de um modos geral sejam mais frequente nas mulheres na pós-menopausa , a taxa de mortalidade é maior nos homens que sofrem fratura após os 50 anos.salienta.

Radominski esclarece ainda que, no homem, as causas que levam à perda óssea e osteoporose são geralmente multifatoriais, como a idade, o alcoolismo, o aporte inadequado em cálcio e vitamina D, o uso de corticoides e baixa produção de testosterona..  “O homem é menos dependente da testosterona que a mulher dos estrógenos, já que a andropausa se instala mais lentamente, diferentemente da menopausa, que é abrupta, com parada de produção dos hormônios femininos”.

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